Ontem a noite eu estava muito cansada, cheia, mas cheia mesmo, de preguiça.
Foi um dia muito corrido e estressante, às segundas e quartas meu filho mais velho vai ao Taekwondo logo após a aula, então, já chegamos em casa mais tarde do que o comum.
Ai eu olhei o relógio, amamentei o bebezinho, fui me trocar e depois sentei no sofá e fiquei.
Parei uns 10 minutos pensando se iria mesmo ou não sair hoje para pedalar.
Tentei achar alguém pra ir comigo mas todo mundo ocupado e só eu disponível pra sair.
Eu estava tão irritada com o meu dia estafante que por pouco não fiquei em casa. E ainda bem que não fiquei, se tivesse desistido de pedalar, provavelmente eu ia procurar algo pra comer e com certeza acabaria me arrependendo depois.
Sai com a bike, ainda com aquele aperto no peito, sensação esquisita e fui seguindo o caminho que faço sempre.
Quando cheguei na avenida da praia, como num passe de mágica*, eu já estava respirando mais calmamente e o aperto no meu peito tinha ido embora.
* Passe de mágica = à liberação de endorfina, hormônio que dá a sensação de bem-estar e relaxamento e de serotonina e norepinefrina, antidepressivos naturais.*
Continuei a pedalada e aproveitei para organizar meus pensamentos, traçar metas para a empresa, estruturar mentalmente meu dia amanhã e isso me fez tão bem.
Parei para tomar uma água de coco, olhar a paisagem e no final das contas, em 1 hora consegui percorrer 14 km !
Acho que todo mundo deveria aproveitar o exercício como o momento para cuidar de sua mente, muito mais do que cuidar de seu corpo.
A nossa mente é responsável por tudo aquilo que aparece em nosso corpo, seja bom ou seja ruim.
Quando a gente se exercita sozinho, tem tempo para raciocinar sobre assuntos que, na correria do dia a dia, não conseguimos. A auto análise nesses momentos pode ser incrivelmente proveitosa !
Se estivermos em grupo, as idéias se organizam melhor e novas idéias e experiências podem fazer você mudar de opinião ou ainda melhorar seu posicionamento com relação ao assunto x ou y.
Além do que, se estamos com mais alguém, uma puxa a outra, uma leva a outra a buscar ainda mais o seu limite pessoal.
Voltei pra casa calma, sim, tranquilissima, nem parecia a mesma mulher que saiu soltando fogo pelas ventas.
Cheguei e Miguel tinha acabado de acordar e estava chorando já querendo que eu o amamentasse novamente.
Se eu tivesse ficado em casa, não estaria com muita paciência e provavelmente ficaria irritada com o chorinho dele (que durante o dia bateu recordes de frequência sem motivo aparentev- acho que o dente vai nascer).
Mas não ! Eu estava tão, mas tão calma e satisfeita de ter completado minha atividade física do dia que eu o coloquei em meu colo e fiquei acalentando ele, até que ele se acalmasse e aí sim ele mamou tranquilo até dormir outra vez.
Acho que deveríamos prestar atenção nisso também !
Tem muitos momentos que a maternidade acaba nos sufocando.
A maioria de nós, acha que aquela fase (seja ela cólicas, nascimento dos dentes, picos de crescimento, etc) não vai acabar nunca.
Com isso vamos nos frustrando e a às vezes, inconscientemente, nos irritando com o que deveria ser mais fácil de se levar.
Procurar uma válvula de escape pode fazer destes momentos um obstáculo não tão grande assim de se superar.
O meu "escape" é cuidar de mim.
Mens sana in corpore sano e #focanabalança
Um grande beijo
Lia
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